quarta-feira, 24 de maio de 2017

marinheiros

entre estudar como a narcoguerrilha se organiza, pra minha pesquisa acadêmica, e ouvir a fiona apple cantando "i'm building memories on things we have not said", traguei e te deixei ir. você nunca ficou, mas te deixei ir como se fosse nossa opção. e foi. foi nossa opção e você também foi. navegando, controlando o leme de um pequeno navio, sorrindo e com um cigarro na boca. eu, em terra firme, acenei. sorrimos e fomos. o que ficou não fomos nós. nós fomos. ficaram todas as coisas entre o "tá sozinha aqui?" e o "tchau", ambos tão simples que mal me permitem descrever toda toda tempestade de verão entre eles. mas foi assim, fomos assim. você foi, eu fui. na verdade eu só deixei de ir e você deixou de buscar. no nosso tempo. no tempo que não é agora. no tempo que, como nós, também foi. mas a visão de você sorrindo, com os dentes amarelados pela nicotina, encarando o mar à frente com todo o teu despreparo pra viver e tua bagunça que nem importa e toda honestidade que sempre enxerguei em você, e eu acenando boa viagem! do litoral, com bandeira branca e um sorriso honesto, não deixa ninguém mais, além de nós, saber que finalmente fomos. e, querido: seja! eu também serei.

Um comentário:

  1. Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa.
    Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia.

    Tiago 3:4,5

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